História do Centro Bovinicultura
Pode dizer-se, que as origens do Centro de Bovinicultura da Ilha de S. Miguel remontam ao ano de 1927, quando os Serviços Pecuários da ex-Junta Geral do distrito de Ponta Delgada, através do seu Posto Zootécnico, importaram dos E.U.A., da Carnation Milk Farms, duas novilhas e um touro da raça Holstein Frisian – Carnation Piebe Segis, Burton Avon Queen pontiac e carnation Prospetor Echo.
No ano seguinte (1928), foram importados da Holanda duas novilhas da raça Frísia – Yunkje II e Biermas Jantje V.
Foi este o núcleo inicial da manada dos Serviços Oficiais.
Outras importações entretanto se seguiram, até ao ano de 1970.
O principal objetivo da constituição desta manada, foi o de se produzirem reprodutores masculinos de qualidade que, em regime de empréstimo a produtores individuais ou distribuídos em postos de cobrição em vários pontos da Ilha de S. Miguel, tendo em atenção as características muito próprias da exploração do bovino leiteiro em S. Miguel.
Durante os primeiros tempos, a manada mantém-se instalada no antigo Posto Zootécnico, à rua Coronel Chaves, com área de pastoreio na Quinta de S. Gonçalo, atual sede dos serviços de Desenvolvimento Agrário de S. Miguel.
Em meados da década de 1950, em virtude da exiguidade das instalações existentes limitativa da ação dos Serviços e do facto de se encontrarem numa zona cada vez mais urbana, a Junta Geral do Distrito arrendou a propriedade das “Arribanas”, para onde transferiu todo o sector bovino do “Posto Zootécnico”. Esta propriedade acabou por ser adquirida e nela se construíram as atuais instalações do Centro de Bovinicultura, inauguradas em 1966.
O Centro de Bovinicultura tornou-se assim no suporte genético do gado bovino leiteiro de S. Miguel. Rapidamente foi conseguida a uniformização do efetivo, cujo potencial produtivo foi sempre capaz de dar resposta às solicitações que lhe foram sendo postas.
Com o aparecimento e desenvolvimento da técnica da Inseminação Artificial uma nova página se abriu na história do Centro. Para além das funções que já desempenhava, o Centro passou também a atuar como “filtro” na introdução de material genético, estudando o comportamento das linhas introduzidas através daquela tecnologia e selecionando as que melhor satisfaziam as particularidades da exploração da vaca leiteira em S. Miguel. Numa região onde se pretende valorizar ao máximo a erva através do pastoreio direto, e tendo em conta a orografia da ilha, não basta aumentar o potencial produtivo das vacas; torna-se fundamental ter em atenção outras características dos animais que lhes permitam satisfazer aquele objetivo com eficiência.
Mais recentemente (em 1979), dando resposta a uma solicitação cada vez maior por parte da lavoura, montou-se o Centro de Inseminação Artificial que, nos últimos anos, tem estendido a sua ação a outras ilhas da Região.
À ação do Centro de Bovinicultura e dos Serviços que o precederam, ficou a dever-se a qualidade hoje existente no efetivo bovino leiteiro de S. Miguel. Mais de 1200 reprodutores passaram nas suas instalações.
Em Outubro de 1997, passou o Centro de Bovinicultura, em regime de cedência temporária a ser gerido pela Associação dos Jovens Agricultores Micaelenses, que aumentaram o efetivo de 35 para 85 vacas leiteiras, com o objetivo de entre outros, disponibilizar à lavoura micaelense novilhas de alta qualidade genética.